A dignidade da pessoa, à luz da história da salvação

De acordo com a doutrina do Vaticano II, deve prestar-se bastante atenção especial à teologia da história da salvação, indagando as conecções existentes entre a teologia e a nossa dignidade humana. Esta dignidade resplandece melhor à luz de Cristo criador, encarnado e morto e ressuscitado por nós.

O homem criado
Quando a Bíblia apresenta o homem como criatura destacam-se três pontos: o homem é composto de espírito, alma e corpo; dotado de uma dimensão social e diversidade de sexos; e com a missão de dominar o mundo.
Expliquemos cada um destes pontos. Primeiramente se compreende que o homem é historicamente composto por espírito, alma e corpo, não é apenas fruto de uma evolução meramente material genérica, mas que tem uma intervenção directa de Deus, criando-o à Sua imagem. O homem não é apenas corpóreo, meramente um ser material, mas que está dotado de entendimento que procura a verdade. Possui também consciência e responsabilidade com as quais deve procurar o bem, segundo o livre arbítrio. Nestas características está o fundamento da dignidade que deve ser respeitada em todos os seres humanos.
A segunda característica é que os seres humanos são criados com uma dimensão social e diversidade de sexo, que fundamenta a união conjugal no dom do amor e da estima dos esposos e dos filhos nascidos desse amor humano, considerado na sua totalidade. Como criados por Deus e dotados das mesmas características fundamentais, todos os membros do género humano são dignos de grande consideração.
O terceiro aspecto do homem considerado no seu estado de natureza criada encontra-se na missão dada por Deus ao homem para que «domine» todas as coisas do mundo, como vice-senhor das coisas terrestres. Neste ponto desenvolve a sua dignidade, de modos diversos, inventados as artes técnicas ou belas, as ciências, as culturas, as filosofias, etc. Neste ponto está também presente a solicitude dos direitos humanos, porque todas as actividades devem regular-se segundo a justa consideração dada igualmente a todos enquanto à distribuição das responsabilidades, esforços e frutos. Quanto mais cresce o poder dos homens, tanto mais ampla é a sua responsabilidade, quer dos indivíduos, quer das comunidades.
Esta dignidade é certamente também uma vocação, a de servir só a Deus e exercitar, segundo a vontade de Deus, a preeminência sobre o mundo. Sem dúvida, o estatuto do homem como criatura privilegiada fundamenta a sua dignidade única.

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