Ser Igreja

Agora o sítio da Arquidiocese de Braga, que tem merecido uma reformulação muito interessante no âmbito das potencialidades do som e da imagem, disponibiliza agora também o Programa «Ser Igreja».

Parabéns àqueles que promovem esta iniciativa e à Instituição que é capaz de, sem perder a sua identidade, acompanhar as novas possibilidades da Web 2.0.

E-Questionário

Da leitura que fiz de Pinheiro, Ana & Silva, Bento (2004). A Estruturação do Processo de Recolha de Dados On-Line. In Actas da X Conferência Internacional Avaliação Psicológica, Formas e Contextos. Braga: Psiquilíbrios Edições, pp. 522-529 que, embora se debrucem sobre a recolha de dados por e-mail, posso dizer que têm dados que podem ser perfeitamente aplicáveis a outros e-questionários.

Parâmetros

Correio postal

E-mail

Custos na recolha dos dados

Baixo

Muito menor

Tempo necessário para recolha de dados

Alto

Menor

Tamanho da amostra para determinado orçamento

Grande

Maior

Informação recolhida por inquirido

Baixo

Maior

Alcance a uma amostra dispersa

Sim

Sim (de forma mais

rápida e com menores custos)

Interacção com inquiridos

Não

Sim

Necessidade de formação para trabalho de campo

Não

Não

Quadro 5 – Comparação de métodos de recolha de dados: correio postal e e-mail (Pinheiro, Ana & Silva, Bento (2004))

O e-questionário tem custos irrisórios e o tempo de recolha de dados de forma electrónica também se reduz substancialmente, basta recordar o tempo do envio e do retorno do correio postal. Claro que a amostra pode ser muito maior, no e-questionário, por causa dos baixos custos. Há também a possibilidade de mais facilmente tratar os dados, nomeadamente quando eles são inseridos em ferramentas quiz. O não precisar de grande tempo para o investigador inserir os dados, ou até nenhum em alguns casos, torna o processo muito mais rápido e fiável, pois omite-se a possibilidade de erro humano.

O e-questionários permitem ainda a “estabelecer uma interacção pessoal, rápida e eficaz entre os sujeitos da investigação” (Pinheiro, Ana & Silva, Bento. 2004:527).


Algumas ferramentas disponíveis

Para se realizarem e-questionários podemos recorrer as seguintes ferramentas:

Thesis Tools – trata-se de uma ferramenta para quem está a trabalhar numa dissertação. O serviço é gratuito (ou, como eles dizem no site, quase – no final pedem que apresentemos os resultados no site através de um ficheiro do Word ou PDF) e entre as línguas que podem ser usadas encontra-se o português.
2Ask – é um serviço comercial mas que tem uma versão de teste grátis que podemos utilizar durante um mês e nos permite criar três inquéritos com até 100 perguntas (mas depois só podem ser 10 pessoas a responder). A versão a sério começa nos €198 para um inquérito com a duração de 30 dias que permite até 100 participantes. A partir daí o preço é sempre a subir.

Surveymonkey – Já foi aqui apresentada pelos Suspeitos do Costume. Possui uma versão grátis que permite até 10 perguntas por inquérito e 100 respostas. Podemos utilizar qualquer língua e a criação de um número ilimitado de inquéritos. Na ajuda do SurveyMonkey encontrei um PDF interessante sobre a construção de inquéritos.
Zoomerang – A versão grátis permite até 30 perguntas por inquérito. Numa primeira análise pareceu-me que a ajuda é boa.
Surveygizmo – O plano básico ($19 por mês – tem uma versão grátis que dura 14 dias) permite um número ilimitado de inquéritos e perguntas; 250 respostas por mês.
Questionpro – é a pagar mas tem uma versão grátis.
Magic survey tool – Tem uma versão grátis cuja conta dura um mês.
Survey Methods – É a pagar mas tem conta grátis. Quando se cria uma conta podemos usar uma conta normal durante uma semana.
Lime Survey – Trata-se de uma ferramenta feita em PHP que pode ser descarregada para instalação num servidor. Podemos igualmente utilizar a ferramenta directamente sem termos de possuir um servidor através do serviço disponibilizado.

O GoogleDocs (formulários) é uma ferramenta poderosa na criação de questionários online. Permite ao investigador criar máscaras de introdução de dados de forma simples e intuitiva, permite a consulta rápida dos dados visto que passam directamente para uma folha de cálculo e possibilita ainda uma análise profunda dado que os dados podem ser rapidamente canalizados para um programa tipo Excel ou para um programa como o SPSS. O meu colega e amigo Paulo Simões partilhou um artigo que considero muito útil para iniciar à utilização desta ferramenta: Googledocs.

Free Quis Maker – É uma ferramenta grátis, onde e pode realizar quiz, testes online, formação, recrutamento, exames, curiosidades ou apenas testes de puro divertimento.

QuestionForm – É uma aplicação grátis para criar, publicar e analisar inquéritos online e formulários. Tem uma versão grátis, mas para funcionalidades mais avançadas há que recorrer a uma versão paga.

SurveymonkeyTem a finalidade de permitir a qualquer pessoa criar inquéritos online profissionais, de forma rápida e fácil.

Paxonta – na sua versão grátis, permite qustionários até 100 perguntas, com 18 modalidades diferentes.

N.B.Consegui recolher estas ferramentas, graças à partilha que os meus colegas de mestrado fizeram. Obrigado!

Qualidade na Formação Online

Para a elaboração deste texto, tenho diante de mim os trabalhos dos colegas de Mestrado, realizados após a leitura dos artigos propostos, resumo e partilha do fórum da Moodle. Os trabalhos disponíveis aqui e aqui, para além daquele que o meu grupo realizou e que está aqui.

Antes de mais gostava de fazer uma referência àquilo que se entende por qualidade. No senso comum, quando se diz que algo tem qualidade está-se a dizer que está de acordo com as expectativas que se tem em relação à coisa em si. Por exemplo, ao afirmar-se: «este arroz de caril tem muita qualidade», o sujeito está a fazer referência às suas expectativas e àquilo que já viveu e conhece. Só assim se compreende que um mesmo «arroz» possa ser considerado por uma pessoa como muito bom e outra pessoa o considere razoável. E ambos têm razão, porque aqui estão em jogo as percepções de cada indivíduo, que são afectados/moldados pela cultura, pelos modelos mentais, pelo tipo de produto ou serviço prestado, pelas necessidades e pelas expectativas que se têm.
Mas, no nosso caso, ao abordarmos a qualidade de um sistema de ensino online, precisamos de ter presente que mais do que qualidade, entendido no sentido comum, estamos a procurar sistemas de gestão de qualidade, ou seja, que se verifiquem as condições óptimas para a realização do ensino, de acordo com um standar/paradigma previamente definido. Daí que, de seguida, vamos ocupar-nos destas duas vertentes: estabelecer um modelo de ensino online ideal, e elencar as condições/meios que se têm de verificar.

Curso Online
Um curso online é um curso baseado essencialmente na Internet, tirando o máximo partido das oportunidades oferecidas pela web. Pois a educação à distância parece ser uma importante resposta para as necessidades do desenvolvimento profissional das diversas populações e para a aprendizagem ao longo da vida. Os cursos devem ir ao encontro dos aprendizes, tirando o melhor partido da sua disponibilidade de tempo, energias e focos interesses e necessidades. Estamos a caminhar para um paradigma que podemos designar de «aprender sem distância», procurando estar no lugar certo, à hora certa; Nos cursos online não tem lugar tanto a teoria behaviorista, mas sim a constructivista, ou melhor a conectivista (G. Siemens), onde a aprendizagem é potenciada pelas conexões que se estabelecem, com os diversos fautores da aprendizagem (aluno, professor, conhecimento).
A aprendizagem online eficaz(Alley 2000), centrada totalmente no desenho do projecto pedagógico, assume que:

  • O conhecimento é construído;
  • A aprendizagem é mais eficaz se for o aluno a assumir a responsabilidade pela sua própria aprendizagem;
  • A motivação dos estudantes é determinante nos resultados e sucesso da aprendizagem;
  • Uma aprendizagem de nível superior exige uma atitude de reflexão;
  • A aprendizagem é um processo individual;
  • Aprender é uma vivência experiencial;
  • A aprendizagem tem uma ambivalência social e individual;
  • Pressupostos epistemológicos superiores inflexíveis podem perturbar uma aprendizagem mais enriquecedora;
  • Aprender é um processo em espiral;
  • A aprendizagem é um processo não linear.

Condições que se devem verificar no curso online

Essas condições vão ser distribuídas em três âmbitos: desenho do sistema de formação, forma de disponibilização e resultados do sistema formativo.

1. Desenho do sistema e formação:
1.1 Qualidade do sistema

  • Fácil utilização
  • O sistema reflecte contextos reais de aprendizagem
  • Estável
  • Seguro
  • Rápido
  • Sensível

1.2 Qualidade da informação

  • Bem organizada
  • Apresentada com eficácia
  • Tamanho adequado
  • Bem redigida
  • Útil
  • Actualizada
  • Privilegia as actividades aos meros conteúdos

1.3 Qualidade do Serviço

  • Imediato
  • Sensível
  • Justo
  • Promove o trabalho de grupos
  • Inteligente
  • Disponível

2 . Forma de Disponibilização

2.1 Recursos (podem ser utilizados)

  • Slides
  • Áudio
  • Escrita
  • Discussões
  • Estudos de caso
  • Problemas práticos
  • Tutoriais
  • Trabalhos
  • Exames práticos
  • Redes sociais
  • Blogues
  • Micro-blogues (twitter)

2.2 Os recursos:

  • Estão acessíveis de acordo com as necessidades dos alunos num formato não linear
  • Reflectem o tema do momento e são actualizados regularmente
  • reflectem a variedade de perspectivas de modo que os alunos tenham a oportunidade de julgar o mérito de diferentes posições, em vez de lhes ser dado apenas um ponto de vista
  • Permitem que os alunos acendam a uma variedade de opiniões
  • Reflectem a inclusão social, cultural e de sexo

2.3 O Professor/Formador

  • É uma orientador/facilitador
  • Promove o nível metacognitivo da aprendizagem
  • Integra actividades e avaliação

3 . Resultados do Sistema formativo
3.1. A Rede consegue:

  • Aprendizagem reforçada
  • Habilitada
  • Poupança de tempo
  • Sucesso académico
  • Estar acessível a pessoas com necessidades educativas especiais
  • Ser fiável
  • Tornar acessível toda a informação disponível
  • Possibilitar excelentes canais de comunicação entre os alunos, com os formadores e com o conhecimento

3.2. A Rede evita

  • Falta de contacto
  • Isolamento
  • Relação patológica com a tecnologia

A percepção que o aprendiz deve ter do curso online

Neste ponto vou elencar aquelas que considero serem as condições que o aprendiz deve verificar, para que se possa considerar que um curso online tem qualidade:

  • Tarefas autenticas
  • Oportunidades de colaborar com outros aprendizes
  • Ambientes centrados no aprendiz
  • Cativante
  • Avaliações com significado para a aprendizagem
  • Os recursos são acessíveis
  • Os recursos estão actualizados
  • Uso adequado dos mídia
  • Promove a inclusão
  • Interface fiável e robusto
  • Os objectivos, orientações e planos de aprendizagem são claros
  • Há boa comunicação;
  • O acesso à web tem as condições requiridas
  • O desenho da formação promove a cooperação.

Conclusão operativa: um curso online terá tanto mais qualidade, quantas mais respostas afirmativas conseguir a cada item.